quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Alienação do Trabalho


*Por Ruben Finamor

Alienação, do latim alienus (outro), é um fenômeno que, de forma sintética, pode ser definido como forma ou meio pelo qual seres humanos se eximem da responsabilidade de seus atos, transferindo-a para outros seres. Os homens criam coisas externas a ele, dão independência a esses objetos como se fossem seres em si, e em seguida se deixam governar por eles. Feuerbach dedicou-se à questão da alienação religiosa, na qual o homem transfere a responsabilidade de seus atos para um outro (Deus), que sendo onisciente, onipotente e onipresente, a todos comanda a dirige.

Marx aprofundou os estudos de Feuerbach, seguindo essa linha materialista, passa a desenvolver estudos sobre a alienação social, na qual o homem não compreende ser ele o responsável pela criação de suas instituições sociais. Define então o sistema sócio-político e econômico como algo natural, da razão universal ou de origem divina. Nessa situação o homem não se percebe capaz de estabelecer mudanças no seu meio.

A nova concepção de trabalho utiliza-se muito bem dessa ferramenta de controle social, e potencializa seu poder de abrangência. O homem no meio desse processo, não se reconhece na produção de seu trabalho, como se ela tivesse sido produzida somente por uma máquina, e da mesma forma, por si mesma, tivesse se exposto ao seu olhar de consumidor. Também não reconhece o meio de trabalho como algo estruturado para lhe retirar o que o define como trabalhador: o seu saber, mesmo que técnico, através de cada vez mais acentuada, divisão social do trabalho. Os trabalhadores só têm acesso a uma pequena parte do conhecimento necessário para a confecção de uma também pequena parte de um produto.

O trabalhador não percebe o quanto o seu meio de trabalho muitas vezes o brutaliza e o desfigura, através da exigência contínua do uso de apenas alguns grupos de músculos, remetendo-o ao que temos de mais primordial, o homem que necessita exclusivamente da força física para sobreviver.

Assim, temos trabalhadores capazes de executar a sua tarefa com a velocidade exigida pela voracidade do capitalismo de consumo, mas não temos seres conscientes do que estão ajudando a “construir”, de suas origens e do seu papel na História.

*Ruben Bitencourt Finamor é Professor de História e Secretário de Formação Política do PT de Santiago/RS.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Voto aos 16: as escolhas da juventude mudam a história‏*

No dia 3 de outubro, quase 135 milhões de cidadãos definirão os rumos do Brasil para os próximos anos. Desse total, cerca de 15% são jovens com idade entre 16 e 18 anos que exercerão, pela primeira vez, o papel de protagonistas da história política do País. A participação desses jovens nas eleições significa trazer ao debate a ousadia, os sonhos e os ideais que revigoram e transformam a política no presente e para o futuro. Estimular essa participação, além de ser importante para a nossa democracia, é um passo decisivo para consolidar direitos e políticas públicas para a juventude implantadas a partir do Governo de Presidente Lula.

Os jovens maiores de 16 e menores de 18 anos tem até o dia 5 de maio para requerer seu título de eleitor para votar nas eleições deste ano. Embora esse direito seja facultativo desde a Carta de 1988, é fundamental ampliarmos a participação desse contingente da sociedade no processo eleitoral. Neste momento em que se alastra um discurso de descrédito quanto à importância da política para a vida das pessoas e da Nação, ouvir e debater os pensamentos, as ideias e os desejos desses adolescentes é um poderoso antídoto contra essa desesperança que tomou conta de muitos brasileiros. A juventude tem o dom de sonhar, de querer mudanças, de agir, de lutar, de externar a sua rebeldia. E na política, a rebeldia juvenil ganha causas, toma sentidos e renova a própria política.

Somente com o reconhecimento do jovem como sujeito e com a implementação, no presente, de políticas públicas afirmativas é possível acreditar em um futuro próspero. Neste sentido, avançamos muito com o Governo do Presidente Lula. A criação da Secretaria Nacional de Juventude foi um passo importante, pois o tema adquiriu maior visibilidade no âmbito do Estado e da sociedade, possibilitando que o Governo atue de maneira integrada em todas as áreas. Junto com a criação da Secretaria, veio o Conselho Nacional de Juventude, cujo papel é o de promover a participação dos jovens nos grandes debates, ou seja, um espaço institucionalizado para a participação dos jovens no Estado brasileiro. Também foi realizada a 1ª Conferência Nacional da Juventude que traçou as diretrizes que orientam todas as ações do Governo Federal.

Além disto, o Governo Lula promoveu políticas específicas de inclusão para os jovens em condições de vulnerabilidade social com destaque para o programa ProJovem Integrado que inclui o ProJovem Adolescente, através do Ministério do Desenvolvimento Social, o ProJovem do Campo e o ProUni, através do Ministério da Educação, o ProJovem Trabalhador, via o Ministério do Trabalho e o ProJovem Urbano, a partir da Secretaria Nacional de Juventude. São políticas públicas que oferecem melhores oportunidades a nossos jovens e que precisam ter continuidade e aprofundamento.

No âmbito do Parlamento, a Proposta de Emenda à Constituição nº 48/2008, a chamada PEC da Juventude, e o Plano Nacional da Juventude estão prestes a serem aprovados. Com isso, serão consolidados direitos e reforçada a responsabilidade do Estado brasileiro, em todos os níveis, para com os jovens deste País.

A juventude brasileira promoveu momentos memoráveis na política nacional, como a luta dos estudantes pelo fim da ditadura, pelas diretas e dos cara-pintadas. Suas lutas marcaram gerações, formaram grandes lideranças e continuam e exercer forte influência sobre os destinos do País, ou seja, as escolhas dos jovens mudam a história. Portanto, chamar os adolescentes de 16 a 18 anos para que se habilitem às eleições de 2010 é um dever democrático daqueles que lutam pela construção de um Brasil verdadeiramente de todos, mais justo e solidário.

*Deputado federal Marco Maia

segunda-feira, 26 de abril de 2010

COMO SE COMPORTOU JOSÉ SERRA NA CONSTITUINTE


a) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
c) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
d) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
e) negou seu voto pelo direito de greve;
f) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
g) negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;
h) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
i) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
j) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real.

Fonte: DIAP -- “Quem foi quem na Constituinte”;pag. 621.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Por que a Folha mente (mente, mente, mente, desesperadamente)?

Por Emir Sader

As elites de um país, por definição, consideram que representam os interesses gerais do mesmo. A imprensa, com muito mais razão, porque está selecionando o que considera essencial para fazer passar aos leitores, porque opina diariamente em editoriais – e em matérias editorializadas, que não separam informação de opinião, cada vez mais constantes – sobre temas do país e do mundo.

A FSP, como exemplo típico da elite paulistana, é um jornal que passou a MENTIR abertamente, em particular desde o começo do governo Lula. Tendo se casado com o governo FHC – expressão mais acabada da elite paulistana -, a empresa viveu mal o seu fracasso e a vitória de Lula. Jogou-se inteiramente na operação “mensalão”, desatada por uma entrevista de uma jornalista tucana do jornal, que eles consideravam a causa mortis do governo Lula, da mesma forma que Carlos Lacerda, na Tribuna da Imprensa, se considerava o responsável pela queda do Getúlio.

Só que a história se repetiria como farsa. Conta-se que, numa reunião do comitê de redação da empresa, Otávio Frias Filho – herdeiro da empresa dirigida pelo pai -, assim que Lula ganhou de novo em 2006, dava voltas, histérico, em torno da mesa, gritando “Onde é que nós erramos, onde é que nós erramos”, quando o candidato apoiado pela empresa, Alckmin, foi derrotado.

O jornal entrou, ao longo da década atual, numa profunda crise de identidade, forjada na década anterior, quando FHC apareceu como o representante mor da direita brasileira, foi se isolando e terminou penosamente como o político mais rejeitado do país, substituído pelo sucesso de Lula. Um presidente nordestino, proveniente dos imigrantes, discriminados em São Paulo, apesar de construir grande parte da riqueza do estado de que se apropria a burguesia. Derrotou aquele que, junto com FHC, é o político mais ligado à empresa – Serra -, que sempre que está sem mandato reassume sua coluna no jornal, fala regularmente com a direção da empresa, aponta jornalistas para cargos de direção – como a bem cheirosa jornalista brasiliense, entre outros – e exige que mandem embora outros, que ele considera que não atuam com todo o empenho a seu favor.

O desespero se apoderou da direção do jornal quando constatou não apenas que Lula sobrevivia à crise manipulada pelo jornal, como saía mais forte e se consolidava como o mais importante estadista brasileiro das últimas décadas, relegando a FHC um lugar de mandatário fracassado. O jornal perdeu o rumo e passou a atuar de forma cada vez mais partidária, perdendo credibilidade e tiragem ano a ano, até chegar à assunção, por parte de uma executiva da empresa, de que é um partido, confissão que não requer comprovações posteriores. Os empregados do jornal, incluídos todos os jornalistas, ficam assim catalogados como militantes de um partido (tucano, óbvio) político, perdendo a eventual inocência que podiam ainda ter. Cada edição do jornal, cada coluna, cada notícia, cada pesquisa cada editorial, ganharam um sentido novo: orientação política para a (debilitada, conforme confissão da executiva) oposição.

Assim, o jornal menos ainda poderia dizer a verdade. Já nunca confessou a verdade sobre a conclamação aberta à ditadura e o apoio ao golpe militar em 1964 – o regime mais antidemocrático que o país já teve -, do que nunca fez uma autocrítica. Menos ainda da empresa ter emprestado seus carros para operações dos órgãos repressivos do regime de terror que a ditadura tinha imposto, para atuar contra opositores. Foi assim acumulando um passado nebuloso, a que acrescentou um presente vergonhoso.

Episódios como o da “ditabranda”, da ficha falsa da Dilma, da acusação de que o governo teria “matado” (sic) os passageiros do avião da TAM, o vergonhoso artigo de mais um ex-esquerdista que o jornal se utiliza contra a esquerda, com baixezas típicas de um renegado, contra o Lula, a manipulação de pesquisas, o silêncio sobre pesquisas que contrariam as suas (os leitores não conhecem até hoje, a pesquisa da Vox Populi, que contraria a da FSP que, como disse um colunista da própria empresa, era o oxigênio que o candidato do jornal precisava, caso contrário o lançamento da sua candidatura seria “um funeral” (sic). Tudo mostra o rabo preso do jornal com as elites decadentes do país, com o epicentro em São Paulo, que lutam desesperadamente para tentar reaver a apropriação do governo e do Estado brasileiros.

Esse desespero e as mentiras do jornal são tanto maiores, quanto mais se aprofunda a diminuição de tiragem e a crise econômica do jornal, que precisa de um presidente que tenha laços carnais com a empresa e teria dificuldades para obter apoios de um governo cuja candidata é atacada frontalmente todos os dias pelo jornal.

Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE. Mentirá no fim de semana com nova pesquisa, em que tratará de rebater, com cifras manipuladas – por exemplo, como sempre faz, dando um peso desproporcional a São Paulo em relação aos outros estados -, a irresistível ascensão de Dilma, que tratará de esconder até onde possa e demonstrar que o pífio lançamento de Serra o teria catapultado às alturas. Ou bastaria manter a seu candidato na frente, para fortalecer as posições do partido que dirigem. Mas quem acredita na isenção de uma pesquisa da Databranda, depois de tudo o que jornal fez, faz e fará, disse, diz e dirá, como partido assumido de oposição? Ninguém mais crê na empresa da família Frias, só mesmo os jornalistas-militantes que vivem dos seus salários e os membros da oposição, com a água pelo pescoço, tentando passar a idéia de que ainda poderiam ganhar a eleição. Alertemos a todos, sobre essa próxima e as próximas mentiras da Folha, partido da oposição, partido das elites paulistas, partido da reação conservadora que quer voltar ao poder no Brasil, para mantê-lo como um país injusto, desigual, que exclui a maioria da sua população e foi governado para um terço e não para os 190 milhões de habitantes.

Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Júlio Quadros em Santiago

Nos dias 9 e 10 de abril, Santiago recebeu o pré-candidato a deputado estadual Júlio Quadros. Em sua agenda, destaque para o encontro com dirigentes da escola de samba Mocidade, como Marquinhos e Cica. O encontro definiu os primeiros passos a serem dados para que o carnaval do município receba projetos que viabilizem apoio financeiro, material e profissional, o que pode garantir a volta dos desfiles durante a maior festa popular brasileira. Depois disso, já na noite de sexta-feira, participação no grande jantar do PT na Associação dos Inativos da Brigada Militar.

Com Ruy Gessinger

O encontro foi improvisado, marcado em cima do laço, mas bastante produtivo. No sábado pela manhã, Quadros e os companheiros Júlio Garcia, José Nunes Garcia, Rubem Finamor e Cláudio Toralles, atendendo a convite dos proprietários, foram até a Cabanha Île de France, do ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Ruy Gessinger. O anfitrião apresentou a sua propriedade. Ele e os visitantes do PT discutiram questões relacionadas à criação de gado e ovelhas, bem como outros fatores que influenciam o setor e que vêm sendo típicos na região, como a estiagem e a necessidade de um sistema de irrigação mais eficiente, sem contar um projeto mais grandioso: a criação da Secretaria da Pecuária. “Mostrei nossas carências sem preconceitos, abri as porteiras e cancelas para vissem tudo com seus próprios olhos. E apresentei uma lista de coisas simples que podem ser feitas e que irão redimir nossa região”, disse Gessinger em seu blog http://blog.gessinger.com.br/

Breve histórico de Júlio Quadros

Quadros foi presidente do PT do Rio Grande do Sul. É 1º suplente de deputado estadual pela bancada do PT. Também presidiu a CGTEE – Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica, do Grupo Eletrobrás. Foi secretário de Planejamento de São Leopoldo, dentre outros cargos que requerem liderança, competência e ética. É formado em Comunicação Social pela UFSM. Na mesma universidade fez mestrado em Pensamento Político Brasileiro. Quem quiser acompanhar Quadros semanalmente também pode fazê-lo ouvindo seus programas na Rádio Velha Capital FM 105.1, de Viamão, acessível pelo site http://www.velhacapitalfm.com.br/. Na emissora ele apresenta os programas Mesa de Bar, todas as quartas-feiras das 20 às 23 horas, e Conexão Global, nos sábados das 11 às 13. Sobre sua relação com Santiago, Quadros assim define em seu blog http://julioquadros13.blogspot.com/: “Sobre Santiago lembro que a primeira vez que estive lá foi em 1991. Havia chegado de uma visita de solidariedade ao Povo Cubano e fui convidado pelo Júlio Garcia e pelo Tito Becon para falar na Faculdade. Aliás, as minhas colocações demonstraram-se corretas: De que a avalanche que havia acabado com as experiências Socialistas do leste só chegaria a Ilha por decisão daquele povo e não por vontade do governo americano ou por impulso de período. Em minha opinião é o que continue valendo nos dias de hoje e que muitas pessoas e analistas não conseguem compreender. A Noção de autodeterminação dos Povos. Depois estive por lá, dezenas de vezes, na época que era Presidente do PT Gaúcho, tempos de muita energia, em encontros com filiados e representantes da comunidade. Período de crescimento do PT e chegada ao governo do estado com Olívio Dutra. Posteriormente fui a Santiago, quando presidia a CGTEE, para divulgar o programa Luz para todos e o programa Metade Sul. Portanto minha relação com Santiago não é de Hoje”.

Lançamento da candidatura Serra explicita dois projetos distintos para o país

Por Tarso Genro e Vinícius Wu

Serra foi cauteloso ao referir-se aos dois governos de FHC. Faz bem à democracia brasileira a decisão do PSDB de defender o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua agenda de privatizações e enxugamento do Estado. O lançamento da candidatura Serra, no último sábado, reorganiza o debate político e posiciona dois projetos distintos para o país. É a oportunidade para superarmos a “fulanização” do debate – desejo de alguns articulistas da grande imprensa – e promovermos uma grande reflexão coletiva a respeito do futuro do país.

Fernando Henrique Cardoso, aplaudido de pé pelos participantes do evento, afirmou que Serra “saberá reconhecer o que foi feito no passado” e o que foi “conquistado em seu governo e nos anteriores”. Foi anunciado pela apresentadora Ana Hickmann como um homem que “com seu trabalho e liderança teve coragem de promover reformas necessárias” no país.

Em seu discurso, Serra exaltou as realizações dos governos do PSDB, em meio a advertências de que se tratava de um processo mais amplo, situado no contexto da reabertura democrática. Foi cauteloso ao referir-se aos dois governos de FHC, mas igualmente ficou nítida a mudança de abordagem. A direção do PSDB parece ter se convencido da impossibilidade de esconder FHC sob o tapete.

Coube a Aécio Neves fazer a defesa mais enfática do legado neoliberal. Afirmou que não há nada que o envergonhe no passado do PSDB e com orgulho registrou que durante o governo FHC, “nós (o PSDB) privatizamos sim, setores que precisavam ser privatizados”.

O lançamento da candidatura tucana não deixa dúvidas a respeito do elemento fundamental do pleito deste ano: Serra representa a restauração nestas eleições; a retomada das privatizações, da redução do Estado e da “máquina pública”. Estes são os temas, assumidos sem disfarce, pelos próceres do tucanato no último sábado.

Um dos temas mais recorrentes na fala das lideranças do PSDB diz respeito à política externa do atual governo. A retórica aproxima-se da cantilena americana durante a era Bush: defender a democracia no mundo dos regimes tirânicos de Irã, Cuba e Venezuela, o que equivale dizer alinhamento automático aos EUA e submissão absoluta em relação aos grandes temas mundiais.

A direção do PSDB parece ter se convencido da impossibilidade de esconder FHC sob o tapete. A reversão da atual política externa está longe de ser uma ameaça menor. Trata-se de mover uma das peças mais importantes do tabuleiro no qual se definirá, nos próximos anos, a ordem global do novo século.

A legitimidade popular das políticas sociais transforma em dogma, nestas eleições, a reversão da agenda social do atual governo. Mas engana-se quem acredita na conversão dos tucanos. FHC foi claro em seu discurso ao recuperar, ainda que ligeiramente, a principal crítica da direita brasileira às políticas de distribuição de renda da era Lula. Para os tucanos, é preciso oferecer “oportunidades” de emprego para que os pobres encontrem as “portas de saída”, o que na prática significa o convívio com níveis elevados de pobreza associado a políticas compensatórias em casos extremos. Discurso arrefecido, porém insepulto. A candidatura tucana “acusa” o atual governo de buscar “administrar” a pobreza e não “superá-la”.

De qualquer forma, o lançamento da candidatura Serra e a apresentação preliminar de sua plataforma engrandecem o debate político nacional e contribuem com o embate democrático, civilizado, entre as diferentes posições. Cumpre ao PT e aos demais partidos que dão sustentação ao governo Lula demonstrar o quão penoso seria para a sociedade brasileira retornar aos anos de estagnação econômica e ampliação desmedida do desemprego e da miséria, legado maior da era demo-tucana, que seus partidários acreditam, sinceramente, terem sido melhores para o Brasil do que a gestão Lula – ainda que alguns demonstrem um certo embaraço ao defender estas posições.

O embate eleitoral de 2010 definirá, em grande medida, que Brasil teremos no século XXI. A candidatura tucana, enfim, tornou pública sua visão de país. E se alguma liderança do PSDB merece algum elogio, é, sem dúvida, o ex-presidente Fernando Henrique, que não só sustenta com tenacidade as privatizações de seu governo, como também defende – com certa sofisticação que lhe é peculiar – a forma submissa e dependente através da qual o país entrou na globalização naquele período.

Com o lançamento da candidatura Serra, enfim, podemos afirmar que as cartas estão sobre a mesa. E que venha, então, o debate.

Carta aberta de Brizola Neto a José Serra: o Brasil não pode mais

Por Brizola Neto, no blog Tijolaço

Li boa parte de seu discurso, senhor José Serra. Talvez eu seja hoje o que o senhor foi, na minha idade, quando era um jovem, que presidia a União Nacional dos Estudantes e apoiava o governo João Goulart no Comício da Central. Quando o senhor defendia o socialismo que hoje condena, o patriotismo que hoje trai, o desenvolvimento autônomo do Brasil do qual hoje o senhor debocha.

O senhor, como Fernando Henrique, é útil aos donos do Brasil — sim, Serra, o Brasil tem donos, porque 1% dos brasileiros mais ricos tem o mesmo que todos os 50% mais pobres — porque foi diferente no passado e, hoje, cobre-se do que foi para que não lhe vejam o que é.

O símbolo do Brasil que não pode mais, que não pode ser mais como o fizeram.

Não pode mais o Brasil ser das elites, porque nossas elites, salvo exceções, desprezam nosso povo, acham-no chinfrim, malandro, preguiçoso, sujo, desonesto, marginal. Têm nojo dele, fecham-lhe os vidros com película para nem serem vistos.

Não pode mais ser o país das elites, porque nossas elites, em geral, não hesitam em vender tudo o que este país possui — como o senhor, aliás, incentivou fazer — para que a “raça superior” venha aqui e explore nossas riquezas de maneira “eficiente” e “lucrativa”. Para eles, é claro, e para os que vivem de suas migalhas.

Não pode mais ser o Brasil dos governantes arrogantes, como o senhor, que falam de cima — quando falam — que empolam o discurso para que, numa língua sofisticada, que o povo não entende, negociem o que pertence a todos em benefício de alguns.
Não pode mais ser o país dos sábios que, de tão sabidos, fizeram ajoelhar este gigante perante o mundo e nos tornaram servos de uma ordem econômica e políticas injustas. O país dos governantes “cultos”, que sabem miar em francês e dizer “sim, senhor” em inglês.

Não pode mais ser o país do desenvolvimento a conta-gotas, do superávit acima de tudo, dos juros mais acima de tudo ainda, dos lucros acima do povo, do mercado acima da felicidade, do dinheiro acima do ser humano.

O Brasil pode hoje mais do que pôde no governo do que o senhor fez parte.

Pôde enfrentar a mais devastadora crise econômica mundial aumentando salário, renda, consumo, produção, emprego quando passamos décadas ouvindo, diante numa crise na Malásia ou na Tailândia que era preciso arrochar mais o povo

Pôde falar de igual para igual no mundo, pôde retomar seu petróleo, pôde parar de demitir, pôde retomar investimentos públicos, pôde voltar a investir em moradia, em saneamento, em hidrelétricas, em portos, em ferrovias, em gasodutos. Pôde ampliar o acesso à educação, ainda que abaixo do que mereça o povo, pôde fazer imensas massas de excluídos ingressarem no mundo do consumo e terem direito a sonhar.

Pôde, sim, assumir o papel que cabe no mundo a um grande país, líder de seus irmãos latino-americanos.

O Brasil pôde ser, finalmente, o país em que seu povo não se sente um pária. Um país onde o progresso não é mais sinônimo de infelicidade.

É por isso, Serra, que o Brasil não pode mais andar para trás. Não pode voltar para as mãos de gente tão arrogante com seu povo e tão dócil aos graúdos. Não pode mais ser governado por gente fria, que não sente a dor alheia e não é ansiosa e aflita por mudar.

Não pode mais, Serra, não pode mais ser governado por gente que renegou seus anos mais generosos, mais valentes, mais decididos e que entregou seus sonhos ao pragmatismo, que disfarça de si mesmo sua capitulação ao inimigo em nome do discurso moderno, como se pudesse ser moderno aquilo que é apoiado pelo Brasil mais retrógrado, elitista, escravocrata, reacionário.

Há gente assim no apoio a Lula e a Dilma, por razões de conveniência político-eleitoral, sim. Mas há duzentas vezes mais a seu lado, sem qualquer razão senão a de ver que sua candidatura e sua eleição são a forma de barrar a ascensão da “ralé”. Onde houver um brasileiro empedernidamente reacionário, haverá um eleitor seu, José Serra.

Normalmente não falaria assim a um homem mais velho, não cometeria tal ousadia.

Mas sinto esta necessidade, além de mim, além de minha timidez natural, além de minha própria insuficiência. Sinto-me na obrigação de ser a voz do teu passado, José Serra. É um jovem que a Deus só pede que suas convicções não lhes caiam como o tempo faz cair aos cabelos, que suas causas não fraquejem como o tempo faz fraquejar o corpo, que seu amor ao povo brasileiro sobreviva como a paixão da vida inteira. Que o conhecimento, que o tempo há de trazer, não seja o capital de meu sucesso, mas ferramenta do futuro.

Vi um homem, já idoso, enfrentar derrotas eleitorais e morrer como um vitorioso, por jamais ter traído as ideias que defendeu. Erros, todo humano os comete. Traição, porém, é o assassinato de nós mesmos. Matamos quem fomos em troca de um novo papel.

Talvez venha daí sua dificuldade de dormir.

Na remota hipótese de vencer as eleições, José Serra, o senhor será o derrotado. O senhor é o algoz dos seus melhores sonhos.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Centenas pelo PT

Mais de 200 pessoas participaram do jantar de confraternização promovido pelo Partido dos Trabalhadores no último 9 de abril. O evento realizado na Associação dos Inativos da Brigada Militar, em Santiago, teve a presença dos pré-candidatos a deputado estadual Júlio Quadros, Valdeci Oliveira e Cristiano Aquino, além de representantes de outros pré-candidatos. A noite começou com discursos empolgados dos três concorrentes a vagas na Assembléia gaúcha, reforçando os avanços do Governo Lula e os atrasos que o RS e o município de Porto Alegre sofrem com o Governo Yeda e com o Governo Fogaça, respectivamente. Desta forma, Júlio, Valdeci e Cristiano também destacam a importância da eleição de Dilma Rousseff para presidente e Tarso Genro para governador. A militância do PT também foi convocada a trabalhar forte para que o partido mantenha a cadeira de Paulo Paim no senado, onde é fundamental que haja base de sustentação aos projetos voltados ao crescimento do Brasil. O outro destaque do evento foi o vice-prefeito de Unistalda Moacir Antolini, do PDT. Ele já havia sido figura marcante no jantar de aniversário do PT, em fevereiro deste ano.


Democracia no palco com
a Banda Sabor Brasileiro

Depois do jantar, o público pôde se divertir até a madrugada ao som da banda Sabor Brasileiro. Os artistas santiaguenses apresentaram qualidade e um repertório variado, mas acabaram seguindo mesmo as preferências da platéia, que dançou músicas gaúchas e ritmos dos anos 70 e 80. A banda deu importante contribuição ao partido, pois fez seu show gratuitamente a pedido de Júlio Forster, novo membro do PT e apoiador do grupo de músicos. Mas não ficou por aí: a Banda Sabor Brasileiro ainda fez uma bela surpresa, cantando umas das músicas de Dilma para presidente que já circulam pela Internet. A canção também está disponível neste blog do PT.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Eleições 2010: presidente do PT santiaguense responde a perguntas sobre a mobilização do partido e todo o contexto para o pleito que se aproxima

O Partido dos Trabalhadores de Santiago está fazendo uma forte preparação para as eleições. Toda a quinta-feira acontece reunião ampliada da Executiva, às 18h30 na sede do partido. E na última quinta-feira de cada mês, reunião do Diretório Municipal no mesmo local e horário. Além destas, há atividades extras em diversos setores da comunidade e visita de pré-candidatos em todos os níveis. Dentre esses eventos, destaque para o jantar desta sexta-feira, 9 de abril. O evento será na sede Associação dos Inativos da Brigada Militar (Bairro Maria Alice Gomes), com animação da Banda Sabor Brasileiro. Ou seja, além de discussões políticas e inserção na comunidade, o partido busca se organizar financeiramente e ao mesmo tempo aproximar filiados e simpatizantes em uma festa que promete ser um marco em 2010, a grande arrancada para que o município de Santiago dê a sua contribuição para eleger Dilma presidente do Brasil e Tarso governador do Rio Grande do Sul, dando seguimento a um projeto que está dando dignidade ao povo deste país. E é sobre esse e outros temas que o presidente do PT de Santiago, o bancário e ex-vereador Antônio Bueno (foto), fala na entrevista a seguir, elaborada pela editoria do blog do partido.

Bueno, comece falando do jantar desta sexta-feira. Como ele pode ser importante para a campanha eleitoral?

O jantar de sexta-feira tem um caráter mobilizatório, queremos dar uma nova cara ao partido aqui em Santiago, estamos nos reorganizando e temos o apoio, a vontade e a contribuição de muitos companheiros (as). Será um ato político de profunda reflexão sobre o momento em que vivemos, tudo o que conquistamos nos últimos anos e o caminho que desejamos continuar trilhando.

O evento terá a presença de lideranças estaduais e nacionais? Quais seriam?

Sim, teremos a presença de lideranças importantes do nosso partido, esperamos contar com a presença do companheiro Cristiano Aquino (vice-prefeito de Tupanciretã e pré-candidato a deputado estadual), do companheiro Fabiano Pereira (deputado estadual), do companheiro Valdeci Oliveira (ex-prefeito de Santa Maria e pré-candidato a deputado estadual), do companheiro Paulo Pimenta e Marco Maia (deputados federais), e do companheiro Júlio Quadros (ex-presidente do PT), alguns já confirmaram.

Como fazer para chegar ao local da festa, como comprar cartões?

A festa será na Associação dos Inativos da Brigada Militar (Greminho). O clube fica na Rua Benjamin Constant, no Bairro Maria Alice Gomes. Ainda restam alguns cartões, que podem ser adquiridos com os companheiros (as) Fabio Faccin, Luiz Rodrigues e Iara Castiel.

Mudando um pouco de assunto, como vê as políticas do governo federal na região? Onde elas mais se destacam?

Nossa cidade e região foram fortemente contempladas com as políticas do Governo Lula, muitas obras (habitação popular, ginásios de esporte, creches, postos de saúde, centros comunitários, calçamento e asfaltamento de ruas, recuperação e manutenção da BR 287...), assistência social (milhares de famílias contempladas com o Bolsa Família, Farmácia Popular, programas de geração de emprego e renda, elevação de recursos para a saúde...), Luz para Todos (famílias que não tinham condições financeiras para levar energia elétrica à sua residência no interior receberam instalações de graça), ganho de poder aquisitivo ao Salário Mínimo, reajuste dos salários de servidores públicos federais, ampliação do crédito, financiamento imobiliário em condições diferenciadas, enfim, são diversas iniciativas que dão uma injeção muito forte a economia da região.

Tarso Genro se encaminha para ser o candidato do PT para o Governo do Estado. Diante do quadro de denúncias de corrupção tanto no governo de Yeda Crusius, à frente do RS, quando na administração de José Fogaça, à frente de Porto Alegre, quais as possibilidades de Tarso ganhar já no primeiro turno?

Nós vivemos num momento muito triste no Estado, montaram verdadeiras quadrilhas para saquear recursos públicos e estão comprometidos até o pescoço que ninguém acusa ninguém porque senão a casa cai e as instituições que deveriam agir fecham os olhos. Nessa situação, não podemos separar ninguém, estão todos no mesmo barco, PSDB, PMDB, PP, PPS e DEM são todos responsáveis pela situação em que vivemos e todos permanecem no governo. Tarso representa o resgate do Rio Grande histórico, ético, honesto, desenvolvido e que acompanha o desenvolvimento experimentado pelo resto do país. Não acredito em vitória em primeiro turno, ela será fruto de muita união interna do PT, muita militância, muita luta, muito empenho e organização de todos aqueles que desejam um estado melhor.

Sabemos que para ser presidente do país, deve-se governar para todos os brasileiros. Mas tendo Dilma como presidente e Tarso como governador, o RS poderia ter algum benefício? O alinhamento político seria um facilitador do diálogo?

Sem dúvida, na casa de amigo você não agenda visita, você entra pela porta dos fundos; você não faz enfrentamentos, você acompanha. Estamos presenciando enfrentamento político em prejuízo da sociedade gaúcha, recursos são recusados, aquisições de veículos para segurança ficam parados nos pátios, políticas federais que beneficiariam nosso povo são negligenciadas. Com Dilma presidente e Tarso governador, seria muito diferente, afora a inegável capacidade administrativa do companheiro Tarso. A relação com a Federação será imensamente mais próxima, mais qualificada e nós, gaúchos, teremos grandes avanços sociais e econômicos. Não podemos esquecer que a companheira Dilma tem grandes laços afetivos com nosso Estado, pois construiu sua trajetória política e administrativa por aqui.

Quais as pretensões do partido para a disputa a deputado (estadual e federal) e senador? Quais as chances de crescimento em relação à eleição anterior? Qual o diferencial do trabalho dos políticos do PT na esfera legislativa?

Achamos que é possível aumentar nossas representações na Assembléia Estadual e na Câmara Federal, além de reelegermos o companheiro Paulo Paim senador. A cada ano temos pequenos avanços na consciência democrática do povo brasileiro e a sociedade percebe a diferença entre os parlamentares do PT e dos outros partidos, por isso somos o partido mais referenciado do Brasil. Parlamentar do PT tem ideologia e tem programa, os parlamentares dos partidos de centro-direita têm interesses.

Qual a importância de - para os governos de Dilma e Tarso, se assim se concretizar - ter maioria no Congresso Nacional e Assembléia Legislativa, respectivamente?

Mais importante do que ter maioria é construir uma rede de apoio em cima de um programa capaz de manter as conquistas e avançar em muitos pontos que ainda nos colocam na condição de país “em desenvolvimento”. Queremos mais cidadania, queremos aprofundar cada vez mais a democracia, menos corrupção, menos exploração, enfim, queremos um país realmente para todos em todos os sentidos. Ah! Queremos, sim, oposição forte, atuante, combativa, mas acima de tudo, propositiva e positivista.

Há alguma “estratégia regionalizada”, que nortearia a campanha em Santiago e municípios vizinhos? Como a Regional do PT está atuando?

Mesmo que não oficialmente, estamos tentando construir a Regional Vale do Jaguari do PT. Faz-se necessário que tenhamos iniciativas conjuntas para a campanha 2010 e para os demais passos do partido na região.

A grande mídia mostra números contraditórios em relação à intenção de voto. Há institutos de pesquisa que dão vantagem ao pré-candidato tucano José Serra, enquanto que outros, desligados desta mesma grande mídia, mostram grande crescimento de Dilma. Como vê essa tendência e como o eleitor pode se precaver de eventuais manipulações para prejudicar as candidaturas do PT?

Na medida em que as pessoas começam a pensar nos avanços que tivemos nos últimos anos, comparando com os 8 anos do Governo FHC, do qual José Serra era figura destacadíssima, não tem dúvida: ninguém quer andar para traz. Evidentemente que temos grandes grupos midiáticos “nacionais” que não querem a reeleição do nosso projeto, mas a sociedade está consciente e dará a resposta nas urnas.

Seria importante frisar ao leitor deste blog, por que a grande mídia teria interesse em manipular informações para beneficiar os candidatos de direita, quais os interesses que dessas empresas jornalísticas têm e que não chegam ao conhecimento de muitas pessoas. Poderia falar sobre isso?

Essas empresas estão comprometidas com interesses internacionais e desejam continuar se locupletando com o dinheiro e o patrimônio público, querem meter a mão no pré-sal, nos R$ 230 bilhões que temos em reserva, pedágios etc.. Tudo aquilo que FHC lhes entregou, sem nenhum compromisso com o povo brasileiro.

Bueno, até parece bizarro, mas o tucano José Serra não estaria tentando descolar sua imagem da de FHC? Isso não seria uma atitude que admite todo o mal que o PSDB causou ao Brasil? Mas o próprio Serra foi braço forte de Fernando Henrique Cardoso, correto?

Eles querem mandar novamente o FHC ao exílio, calando-lhe a boca, querem descolar das políticas nefastas adotadas por ele. Não vão conseguir, pois o povo não é bobo e sabe que todos são farinha do mesmo saco e que José Serra participou profundamente do Governo FHC e aplica em São Paulo o programa neoliberal. Esta disputa será de programas e forma de governar, não de pessoas.

Festa no dia 9 de abril, atividades intensas às vésperas de mais uma eleição... Muita coisa está em jogo e o que vai se definir é o futuro de um projeto, o futuro do Brasil. Neste momento, e para finalizar, o que o presidente do PT de Santiago diria à comunidade da nossa região?

Nós temos a intenção de estabelecer um diálogo franco, honesto e muito respeitoso com a sociedade da nossa região, queremos que as pessoas analisem nossa trajetória, nossos compromissos e nossas realizações, sabemos que cometemos erros, lutamos a cada dia para melhorar, mas é inegável que o país melhorou muito com o Governo Lula.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Crise da Imprensa é Ética

Chovem os artigos na imprensa internacional sobre a crise da imprensa, enquanto crescente número de jornais fecham, despedem jornalistas, diminuem suas tiragens. Os diagnósticos, ao serem feitos, em grande medida por pessoal ligado a essa imprensa, não consegue sair do rame-rame usual: a difusão da internet grátis, etc., etc. seriam os responsáveis. Será?

Na realidade, a crise da imprensa é a perda de credibilidade - é uma crise ética, de sua transformacão em um instrumento da publicidade - do ponto de vista econômico, e da sua constituicão em mentor político e ideológico da direita. Os dados, publicados recentemente, demonstram como todos os grandes jornais brasileiros perdem leitores, mas sobretudo perdem influência. Se pensarmos que todos os maiores jornais e mais quase todas as revistas semanais - à excecão da Carta Capital - são de férrea oposicão ao governo que mantém 83% de apoio, e eles conseguem apenas 5% de rejeicão ao governo, temos uma idéia da baixíssima produtividade desses órgãos de oposicão.

Fonte: Emir Sader - cientista político - Revista Caros Amigos - março de 2010.

*Campanha de prevenção

O Governo Federal lançou uma campanha de prevenção à Aids direcionada, em especial, às mulheres de baixa renda e cadastradas no Programa Bolsa Família. Entre as ações preventivas, estão as palestras, exposições, folders e camisinhas que serão distribuídos nos centros de referência de Assistência Social. De acordo com as estatísticas oficiais o índice de mulheres com HIV tem aumentado, especialmente as de mais idade (50 anos) - faixa etária em que a taxa de incidência dobrou de cinco para 10 por cada 100 mil habitantes.
Dentro desta realidade, em Porto Alegre não é muito diferente, pois de acordo com o balanço do Ministério da Saúde divulgado no final de 2009, a capital gaúcha lidera o ranking de casos de Aids, com taxa de 111 que contraíram a doença por 100 mil habitantes. E desta incidência são mais mulheres infectadas do que homens.

Na tentativa de contribuir para reverter este quadro, apresentei um projeto de lei na Câmara Municipal que inclui a distribuição de preservativos femininos no rol de medicamentos distribuídos gratuitamente nos postos de saúde da rede municipal.

O acesso ao preservativo feminino, além de prevenir contra a Aids e outras doenças, permitirá às mulheres plena autonomia nos cuidados com a própria saúde, reduzirá, portanto, os casos de gravidez indesejada que, muitas vezes, são em decorrência da violência e do abuso sexual, principalmente em adolescentes, e ajudará consequentemente na diminuição do abandono de crianças. Haverá também, a redução no número de traumas psíquicos, e muitas vezes físicos, decorrentes da maternidade não consciente.

Neste contexto, como agentes políticos somos responsáveis pelo desenvolvimento de políticas públicas que garantam a inclusão de gênero, especialmente no que tange à saúde da mulher.

*Vereadora Maria Celeste/PT – Câmara de Porto Alegre.

VOX POPULI acaba com a farsa do DATAFOLHA

A pesquisa do Vox Populi anunciada agora há pouco no Jornal da Band desmonta a manipulação que o jornal da Folha de São Paulo juntamente com o Instituto de Pesquisa Datafolha armaram contra a companheira Dilma Rousseff. Segundo a pesquisa, a próxima presidenta do Brasil continua crescendo e diminuindo a diferença contra o filhote de Fernando Henrique Cardoso, o Zé Pedágio, que comprou a mídia. Vamos a matéria da Band: Da redação - brasil@band.com.br - Pesquisa divulgada neste sábado pelo instituto Vox Populi mostra que o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, se mantém na liderança. Dilma Rousseff, do PT, volta acrescer e reduziu a diferença para apenas três pontos percentuais. O ex-governador de São Paulo aparece com 34 por cento das intenções de voto, mesmo percentual de janeiro. A ex-ministra da Casa Civil Dilma Roussef, do PT, subiu quatro pontos percentuais e segue na segunda posição, com 31%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Ciro Gomes, do PSB, vem em terceiro lugar, com 10%. Marina Silva, do PV, está em quarto lugar com 5% das intenções de voto. Votos nulos e brancos somam 7%, enquanto 13% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.

Editado (a) por DANIEL PEARL em 3.4.10